25 junho 2012

O fim da ABARQ???



Pessoal, na última assembleia da ABARQ, além de 4 diretores, estavam presentes apenas a Profa. Darcilene e eu. Um dos pontos discutidos foi como efetivar a EXTINÇÃO da associação, já que não há pessoas dispostas a assumir uma nova gestão. Para SER e ESTAR arquivista é necessário que as pessoas assumam responsabilidades e se disponham a ajudar a construir a história de uma associação de bastante prestígio na história da Arquivologia nacional. A solidificação do campo institucional necessita de uma Abarq forte e plural. Compareçam e participem!

Hoje à noite (2ªf) no CEDOC/UNB.

23 junho 2012

Orientações para o trabalho final

Copiada do crônica net

Pois é pessoal, nossa jornada de diplomática está acabando!! Espero que os conhecimentos do semestre e da disciplina tenham sido muito proveitoso para todos e que vocês tenham aprendido muito!..
Por fim, resta somente a prova e o trabalho final. Para que vocês tenham sucesso, com muita criatividade e competência, segue as orientações (lembrem-se que o resultado é virtual e, portanto, supõe-se adaptação dos elementos tradicionalmente usados em um documento físico):

-Elementos mínimos para o trabalho escrito:
  • Capa:
  1. identificação do grupo(nome e matrícula dos integrantes);
  2. URL do blog do grupo;
  3. nome do blog;
  4. semestre;
  5. nome da disciplina;
  6. nome do professor;
  7. identificação da instituição;
  8. designação do trabalho ("o que é?");
  9. identificação do que foi feito (da análise, do documento em si);
  10. título do trabalho (*novo*).
  •  Sumário:
  1. partes, tópicos e respectivas localizações.
  • Proposta do grupo:
  1. explicitar qual a proposta do grupo (aqui explica-se o limite do trabalho).
  • Discussão conceitual:
  1. aborda-se o que será levantado, qual o referencial teórico.
  • Conteúdo:
  1. contexto do documento;
  2. analisar e/ou sugerir alterações no processo;
  3. apresentar as normas (regulamentos em geral) para o processo;
  4. fazer a análise diplomática (caracterísiticas) e tipológica (com base na classificação- situação do documento no ponto de vista da Universidade, a função a qual ela corresponde).
  • Fim:
  1. discussão do resultado;
  2. indicar como esse trabalho e a ideia desenvolvida podem ajudar no estudo dos documentos contemporâneos;
  3. referências bibliográficas (citadas no decorrer do trabalho);
  4. referências blogográficas  (citadas no decorrer do trabalho).
-Para a apresentação:
  • a avaliação será feita ao grupo, e não individualmente;
  • cada grupo terá de 5 a 10 minutos para sustentar as ideias propostas;
  • deverá haver, dentro do tempo destinado a cada apresentação, espaço para questionamentos, dúvidas e observações dos outros colegas e do professor;
  • os grupos deverão entregar para todos presentes em sala um roteiro do que está sendo apresentado - síntese da apresentação, URL e nome do blog (no MÁXIMO 01 página);
  • é aconselhável que vocês se inspirem nos blogs anteriores e observem erros e acertos cometidos por eles;
  • após a apresentação será feita análise crítica do blog  de cada equipe.

Se houver dúvida, explicite-a!
__________________
Héllen Moura

20 junho 2012

Afinal somos uma "Ciência da Informação", ou uma "Ciência Documentária"?

Copiado de Jornale
Muito se discute sobre a precedência ou não do suporte para a existência de documentos arquivísticos autênticos e capazes de exercer o valor probatório, responsável pela criação deles. A discussão que impõe uma reflexão mais acurada sobre o espaço disciplinar dos arquivos na Ciência da Informação já foi objeto de debate neste blog como pode ser visto do post de Kenji Inazawa e na enorme quantidade de comentários discentes ali colocados. Em um limite extremo poderíamos dizer que a queima de livros tidos como não necessários, ou porque desagradam ao poder, ou porque são supérfluos, já que estão "nas nuvens" (ou seria "no mundo da Lua?") equivaleria a querer ter arquivos sem acervos físicos, somente com dados eletrônicos? A discussão que já deu margem a muitas teses volta hoje à tona com a temática da computação em nuvens e com o abandono do suporte impulsionado, sobretudo, pela recente febre dos e-books. Veja, por exemplo, as diretrizes dos Arquivos Nacionais da Austrálida sobre gestão documental nas núvens (disponível aqui). Taiguara Vilela, em contribuição especial para este blog, compartilha algumas ideias iniciais suas sobre o tema.



Arquivologia pós-custodial

Taiguara Vilela
(professor de Arquivologia da UFES)
O “pós-custodial” perpetua o conceito de pós-custódia do australiano Peter Scott da década de 90. Essa proposta decorreu da noção de que, em um ambiente digital, os arquivos não teriam mais que assumir a custódia física dos documentos para desempenhar suas funções. Esta noção é correspondente ao “senso comum” de que os documentos digitais estão nas “nuvens”, quando de fato o suporte eletrônico – que não é novo existindo desde a década de 40 do século passado a partir do desenvolvimento do “Electronic Numerical Integrator and Computer” – é obviamente dotado de materialidade física onde os arquivos eletrônicos, aos quais se observa inexistência de acondicionamento, sempre dependem e dependerão de armazenamento em hardware, seja na máquina do usuário ou em outras máquinas rede via web. Tratou-se, portanto, de uma idéia nascida na década de 90 do século passado, época de popularização dos computadores, e foi baseada no desconhecimento tecnológico sobre como os arquivos eletrônicos são armazenados em disco rígido ou outros suportes, e no desentendimento de como são regidos por uma lógica binária e matemática de forma que sua visualização é simulacro que em nada altera sua materialidade – ou seja, não “retira” o arquivo do mundo físico, como se tal coisa fosse possível e aceitável ao crivo científico materialista que rejeita qualquer fenômeno paranormal de “desmaterialização”. Os próprios australianos que inventaram esta noção abandonaram oficialmente a idéia equivocada da pós-custódia em experiências no Arquivo Nacional Australiano, segundo Stuckey. (Para um aprofundamento ver: ERLANDSON, ALF. Eletronic records management: a literature review. Paris, International Council on Archives, 1997).
O retorno do “pós-custodialismo” como um novo paradigma: Se o pesquisador não for capaz de compreender que a ciência, enquanto conhecimento, é multipradigmática pode sobrepor ou substituir um paradigma por outro. Para ilustrar: uma perspectiva gnosiológica empirista centrada em estruturas poderia parecer aos olhos de outras áreas somente explicativas que seu paradigma deixa de lado aspectos relevantes de fundamentação epistemológica, entretanto, a relevância e o enfoque podem diferir dentro de uma mesma ciência e assim se formam correntes de pensamento distintas. Apesar de ser pupilo do neopositivista Karl Popper, foi a partir do estruturalista Ferdinand de Saussure, o primeiro a popularizar a noção de associações paradigmáticas, que Thomas Kuhn retirou sua base para escrever “Estrutura das Revoluções Científicas” – livro pelo qual ficou conhecido. O próprio mestre de Kuhn o rejeitou em termos teóricos, o renomado Sir Karl Popper, possui uma teoria do Conhecimento Objetivo (Cf MIRANDA, 2002) interessante para comunidade científica no que tange a relação entre o ciclo de dados objetivos, informação e conhecimento científico. Somando a teoria popperiana da objetividade, há de se atentar com cuidado aos Doutores Lakatos e Musrave que demonstram uma falha básica na noção kuhniana de “paradigma”: desconheceu que as ciências são multiparadigmáticas e este equívoco primário levou a uniformidade e “pasteurização” do seu conceito com amarras sociológicas que não levaram em conta diferentes paradigmas conviventes e válidos, gnosiologias, ontologías e epistemologías na mesma ciência. (Para um aprofundamento ver: LAKATOS, MUSGRAVE Criticism and the Growth of Knowledge. Cambridge: Cambridge University Press. 1970)
Referencia citada: MIRANDA, Antonio. “A Ciência da Informação e Teoria do Conhecimento. Objetivo: um relacionamento necessário”. In Campo da Ciência da Informação: gênese, conexões e especificidades. João Pessoa: Editora da UFPb, 2002.


Proposta de atividade: pensar como ficariam os arquivos-foco do blog de seu grupo em uma proposta pós-custodial.

Atividade optativa para os alunos da UnB, a ser realizada até às 18:59hs do dia 06/julho/2012 para valer pontos para o presente semestre. Para os demais interessados não há prazo final.


André Lopez

13 junho 2012

Diplomática da greve

Copiado de Folha do Sertão
A atual greve das IFES, no âmbito da UnB, traz no seu desenvolvimento alguns elementos que a diferenciam de movimentos ocorridos no passado:
  • A motivação não é por simples aumento salarial, porém pela estruturação da carreira funcional (que refletirá, por certo, nos contra-cheques); ou seja a negociação é mais abrangente e não poderá ser traduzida em termos de ajustes numéricos e percentuais, coisa que o governo não está habituado a fazer.
  • A adesão nacional tem sido bastante significativa e efetiva.
  • A imprensa local tem reconhecido a justeza das reivindicações e soltado notas favoráveis ao movimento (veja post aqui sobre isso).
  • O Diretório Central dos Estudantes se manifestou contrário ao movimento grevista (cf. nota divulgada em 21/05).
  • Segmentos da UnB desfavoráveis à greve chegaram a se manisfestar contra o movimento alegando que é hora de "apoiar o governo" (sic) (cf. carta da Prof. Ana Valente divulgada pela Adunb em 18/05).
  • O Conselho de Pesquisa e Ensino e Extensão (CEPE) da UnB, supostamente, reconheceu a greve e garantiu a reposição dos dias parados (cf. nota no portal da UnB em 31/05).
A decisão do CEPE e a correspondente divulgação pelo veículo oficial da instituição teve efeito catalizador quase que imediato com os professores que ainda estavam decidindo quanto à adesão ao movimento. Pela leitura da nota da Secretaria de Comunicação (Secom), nada valeria um professor continuar com suas atividades de sala de aula, posto que qualquer aluno que se sentisse prejudicado por algum fato ocorrido (fata, atividade avaliativa etc.) em sala durante o período da greve teria direito à reposição integral da atividade sem ônus retroativo. Muitos colegas se sentiram impingidos à paralisar as aulas para não serem obrigados a duplicar esforços. 

É importante frisar que uma, suposta, reposição forçada das aulas poderá esbarrar em questões trabalhistas importantes relacionadas às férias dos docentes, posto que o Decanato de Gestão de Pessoas (DGP) não tem permitido o acúmulo de férias vencidas e não usufruídas. Como (ainda de acordo com a nota da Secom de 31/05) a paralisação restringe-se às aulas é lícito supor que TODOS os professores que estão no regime de Dedicação Exclusiva continuam com as demais atividades que desempenham no âmbito da UnB: pesquisa, extensão, orientação e, em alguns casos, administração e terão direito às férias anuais regulamentares. Posso garantir que alguns colegas, mesmo sem ter dado aulas desde a divulgação da nota da Secom, têm desenvolvido todas as demais atividades extrema dedicação e deverão, salvo orientação contrária do DGP, ter que iniciar o usufruto das de férias em algum momento antes de 31/dez deste ano (dependendo do caso elas podem se estender até 13/fev/2013). Isso significa que um eventual ajuste de calendário (para o período 01/2012 e/ou 02/2012) estará comprometido, pois, 
  • ou o professor entra em sala de aula estando em férias (o que é ilegal, mas que ocorreu com vários colegas em jan/2011), 
  • ou as aulas previstas para aquele período não serão efetivamente dadas (o que também é ilegal), 
  • ou o DGP permite o acúmulo de férias, ou a venda de parte delas, para muitos docentes (o que é legal, porém não praticado pela instituição), 
  • ou a UnB contratará professores substitutos para os meses de férias dos docentes (além de não ser prática aplicada aqui, a qualidade das aulas, sem dúvida, iria para o ralo).

A mencionada nota da Secon causou em muitos colegas a falsa impressão de que o calendário acadêmico fora suspenso, o que não é verdade, posto que a única coisa suspensa é a data final do mesmo. Isso significa que, legalmente, até o momento, todas as datas previstas no calendário, (à exceção do término) continuam válidas. A nota da Secon, serviu para agradar aos segmentos favoráveis à greve (aspecto importante em um ano de eleições para a Reitoria) sem comprometer, do ponto de vista jurídico, a administração da UnB com a paralisação das aulas (aspecto importante em um ano de eleições regionais nacionais).

Qualquer aluno da disciplina "Diplomática e Tipologia Documental" do curso de Arquivologia da UnB sabe o bê-a-bá das relações existentes entre as decisões administrativas e os documentos normativos que formalizam tais decisões. O documento final, aquele com plenas condições de provocar ações administrativas (Cf. DURANTI, 1986), não é a nota da Secon e nem a ata da reunião do CEPE, porém o documento normativo feito a partir daquele evento, no caso, uma RESOLUÇÃO. 

A Resolução 138/2012, de 01/jun não normatiza absolutamente nada em relação à reposição de aulas ou a supostos direitos que os alunos teriam de recorrer de notas e faltas relativas ao período da greve. A resolução tem apenas dois tópicos: 
  • um que reconhece o movimento grevista (NÃO reconhece, portanto, estado de greve) e deixa a data final do calendário acadêmico em aberto;
  • outro que cria uma comissão para acompanhamento da qualidade de ensino durante o período da greve (mais um indicativo que que as atividades de ensino continuam durante a greve, pois há algo a ser acompanhado).
Longe de impulsionar o movimento grevista a mencionada resolução ampara os professores que optarem por dar continuidade às aulas, não assegurando aos alunos faltosos nenhum direito quanto à reposição de aulas já dadas. Pela mesma base normativa, todas as atividades avaliativas aplicadas no período poderão ser computadas, de acordo com o já estabelecido no plano de ensino, não estando o docente obrigado a reaplicação das mesmas. A Resolução 138/2012 não apenas garante a continuidade das aulas como também estabelece mecanismo para o acompanhamento da qualidade das mesmas, conforme disposto no seu artigo 2º.

A análise diplomática é capaz de expor as divergências entre o discurso e a prática efetiva, entre a leitura que se tentou estimular no portal da Secom e a atitude efetiva, expressa no documento normativo. 

As aulas previstas para esta semana estão mantidas. Na ocasião conversaremos abertamente sobre nossas atividades durante a greve, buscando uma solução coletiva (professor-alunos) para o momento atual. Isso significa que:
  • a aula de Diplomática e Tipologia Documental, para a graduação está mantida para esta 6ªf, 15/06 no CEDOC/UnB, às 19hs.;
  • a aula de Metodologia para a pós-graduação está mantida para esta 5ªf, 14/06, às 14hs na FCI;
  • todas as atividades avaliativas solicitadas até lá deverão estar concluídas.


Proposta de atividade optativa surpresa:
  • Compare os documentos mencionados aqui (a notícia da Secon e a Resolução 138/2012) e discorra sobre a questão da veracidade, tendo em vista os princípios da Diplomática. 
    Prazo: 15/06 às 18:59hs
    Atividade individual a ser postada nos comments do presente post


Veja post aqui sobre a greve atual
Veja aqui relação de posts anteriores sobre a UnB.


André Lopez

01 junho 2012

Próximas atividades

inscrições gratuitas
http://terraumplanetamulher.org/       (55)61/3225 0248

Conforme combinado e em função da suspensão do calendário acadêmico pelo CEPE/UNB. Não tivemos, formalmente aulas desde o dia 21/05. A suspensão das calendário acadêmico não paralisa, em princípio, as demais atividades de UnB. No meu caso, pesquisa, extensão e orientação, atuando nos três pilares da universidade. As discussões do curso de Diplomática e Tipologia Documental para a graduação em Arquivologia ocorrerão normalmente, como atividades optativas, para as quais estão todos convidados (inclusive não alunos da disciplina). Ou seja, ninguém está obrigado a fazê-las e nem poderá ser penalizado por não cumpri-lias. Entretanto, aqueles que as fizerem poderão ser bonificados, conforme a qualidade demonstrada, quando do retorno à normalidade das aulas. 

A "aula-convite" consiste em comparecer e participar do debate da mesa 04 do Encontro Latino Americano de Mulheres, sobre "Acesso à informação, sustentabilidade e relações de gênero" e elaborar pequena reflexão livre sobre a temática, sob a ótica da Arquivologia, problematizando questões específicas relacionadas à diplomática e à tipologia (em especial as questões cotidianas). A referida mesa está agendada para 4ªf, dia 06 pela manhã. As reflexões deverão sintéticas,  públicas e colocadas no campo comment.

Aqueles que não puderem comparecer deverão realizar a mesma atividade tendo como base apenas o material de referência disponibilizado pelas debatedoras e pela organização da mesa (ver página aqui). Há possibilidade de transmissão via web, porém ainda não há confirmação sobre isso.

Também é recomendável que, se possível, assistam ao evento todo, que será do dia 04 ao 06 de junho, manhã e tarde, aqui na Fio Cruz da UnB, próxima aos fundos do Hospital Universitário. A coordenação do evento recomenda fortemente que seja feita inscrição prévia em http://terraumplanetamulher.org/inscreva-se/. Por favor indique aqui se houver algum problema quanto a inscrição on-line.

A presença de todos é muito importante. Não deixem de comparecer!